O governo continua permitindo o reajuste dos derivados de petróleo atrelado ao mercado internacional, ao dólar e aos custos de importação, enquanto mente para o povo brasileiro como se não fosse responsável pelos aumentos nos preços dos combustíveis, diz o Coordenador-Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, em texto e vídeo publicados no site da entidade.
Nesta segunda-feira (9), autorizada por Bolsonaro, a Petrobras anunciou mais um aumento no preço do óleo diesel (8,87%) nas refinarias, o que elevará para cerca de R$ 5,00 o litro do combustível nos postos. O reajuste passa a valer a partir desta terça-feira (10).
“Jair Bolsonaro debocha do povo brasileiro ao esconder que o único responsável pelos aumentos absurdos nos preços dos combustíveis é ele mesmo”, disse o Coordenador-Geral da FUP.
“Na maior cara de pau, ele se diz ‘indignado’ com a alta dos preços praticados pela gestão da Petrobrás, que, apesar de ser uma empresa de economia mista, tem o controle acionário do Estado brasileiro. Ou seja, quem decide os rumos da Petrobrás é o Presidente da República”, acresenta o dirigente.
“Bolsonaro mente mais uma vez quando diz não poder mudar o PPI, política que reajusta preços de acordo com a variação do petróleo no mercado internacional, oscilação cambial e custo de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo”, acrescentou Deyvid Bacelar se referindo à Política de Paridade de Importação (PPI), adotada pela Petrobras no govenro do ilegítimo Michel Temer (MDB) e mantida por Bolsonaro sem qualquer alteração.
“Bolsonaro não muda a política de reajustes porque não quer desagradar acionistas privados, que têm no PPI a garantia de altos lucros gerados pela estatal, cuja diretoria é nomeada pelo próprio presidente da República. O foco da Petrobras hoje é gerar e distribuir valor para acionistas. Mais de 45% são investidores estrangeiros, com ações da Petrobras nas bolsas de São Paulo e de Nova Iorque”, complementou o dirigente da FUP.
De acordo com ele, entre janeiro de 2019, quando Bolsonaro assumiu o govenro, e 9 de maio deste ano, “houve aumento nas refinarias, de 155,8% na gasolina, 165,6% no diesel e 119,1% no GLP, levando o preço médio do botijão de gás de 13 quilos para acima de R$ 120,00″, disse.
“O novo aumento do diesel anunciado nesta segunda-feira (9/5) é mais uma medida com impactos cruéis sobre a inflação e que contribui ainda mais para a explosão dos preços da comida dos brasileiros”, complementou.