O texto, que ainda depende da análise do Senado, tem potencial para beneficiar cerca de 16 milhões de contribuintes. Entenda o que muda para quem ganha até R$ 7.350 com esta isenção

A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 1º de outubro, o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para trabalhadores que recebem até R$ 5.000 por mês e cria alíquotas reduzidas para rendimentos de até R$ 7.350. O texto, que ainda depende da análise do Senado, tem potencial para beneficiar cerca de 16 milhões de contribuintes.
Na prática, quem ganha até R$ 5.000 mensais ficará totalmente isento do tributo. Já os contribuintes que recebem valores entre R$ 5.001 e R$ 7.350 terão descontos progressivos. Um trabalhador com salário de R$ 6.250, por exemplo, passará a economizar cerca de R$ 1.800 por ano. Se sancionada sem alterações, a nova tabela entrará em vigor em 2026.
Para compensar a redução na arrecadação, a proposta cria um imposto mínimo para os mais ricos e estabelece tributação sobre dividendos enviados ao exterior. A cobrança extra começará em 2,5% para rendimentos anuais acima de R$ 600 mil (equivalente a R$ 50 mil mensais) e poderá chegar a 10% para quem recebe mais de R$ 1,2 milhão por ano.
De acordo com o Ministério da Fazenda, apenas 0,13% dos contribuintes brasileiros — cerca de 140 mil pessoas — serão afetados pela nova regra. Hoje, esse grupo paga em média 2,54% de IR.
Alcance social e político da medida
O movimento sindical apoiou e atuou na defesa do projeto. Organizações da sociedade civil recolheram mais de 1,5 milhão de assinaturas num plebiscito sobre a isenção do imposto de renda
A aprovação da isenção até R$ 5 mil mensais significa um impacto direto na vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, fortalecendo a justiça social.
O projeto prevê mecanismos de compensação fiscal, garantindo que rendas mais altas contribuam de forma progressiva, preservando o equilíbrio das contas públicas.
Essa iniciativa reafirma um princípio essencial: quem mais tem, mais deve contribuir; quem menos tem, mais deve ser protegido.



